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Cine Persona: O Direito e a subjetividade pelas lentes do cinema (5 relatórios)

Trata-se de relatórios apresentados no mini curso Cine Persona: O Direito e a Subjetividade pelas lentes do Cinema, ministrado pelo Prof. Dr. Alexandre da Maia, UFPE, às sextas-feiras, das 14h30 às 17h30, início em 21 mai. 2021.

 

1º RELATÓRIO

RESUMO

Dentre as várias considerações apresentadas no debate sobre o primeiro filme da turma 2021 do minicurso do Cine Persona achei interessante a que fez uma ponte de “Persona” com a “Fenomenologia do Espírito” de Hegel. E, também, das considerações da Professora Synara Veras de Araújo acerca do cineasta Ingmar Bergman. Neste relatório propõe-se registrar as minhas impressões sobre o filme “Persona” e sobre o debate realizado em 28/05/2021, iniciado às 14h30, por mais de 3h de duração, mediado pelo Professor Alexandre Da Maia, contribuindo assim para o aprofundamento do conhecimento geral sobre a obra cinematográfica do autor sueco. Para tanto estive telepresencialmente no momento do debate, mediante registro na plataforma Meet oferecida pela Google, sem custo algum de inscrição. As conclusões alcançadas pelos participantes e registradas neste relatório podem auxiliar na percepção de que por mais que se tente ser razoável não existe controle total sobre ações humanas, e que a fala tem um poder significativo na indução da perda do autocontrole.

 Palavras-chave: Máscaras. Ações. Descontrole.

1 INTRODUÇÃO

            O objeto deste relatório será a descrição objetiva das minhas impressões sobre o filme Persona e das considerações que mais me impactaram pelos participantes do debate realizado em 28/05/2021, às 14h30, com mais de 3h de duração, mediado pelo Professor Alexandre Da Maia, contribuindo assim para o aprofundamento do conhecimento geral sobre a obra cinematográfica do autor sueco.

            O evento foi realizado no formato virtual, via Meet aos inscritos na plataforma fornecida pelo Google, e contou com a participação de interessados de diversas formações, com aproximadamente 50 ouvintes.

            Aos ouvintes inscritos foi conferida a palavra de forma alternada para registro das suas impressões sobre o filme Persona, não tendo sido feita nenhuma declaração minha na sessão por conta da dinâmica do debate.

            A justificativa e ideia central deste relatório é a participação e repercussão das informações destacadas no encontro promovido pelo minicurso do Cine Persona capaz de impactar positivamente no quesito do engajamento dos pesquisadores da turma 2021, além de viabilizar a certificação ao final do programa ofertado.

2 DEBATE E IMPRESSÕES

            Quanto ao debate foi impactante o elo traçado por uma ouvinte entre a narrativa do filme Persona com a obra de Hegel, “Fenomenologia do Espírito”.

            Outro destaque que me marcou foi a intervenção da Professora Synara Veras de Araújo acerca do cineasta Ingmar Bergman.

            A minha impressão é a de que a complexidade do desespero humano é suficiente para distanciar a pessoa do seu ânimo coletivo.

            A variedade de imagens, sem cores, com ênfase em mãos, os closes, a fusão das duas atrizes, a transição entre o ódio, o desprezo e o amor, o respeito, sem esquecer do marido cego torna desafiador decidir qual das duas é a pessoa ou a alma, mas que a busca pelo equilíbrio entre elas é um processo humano angustiante e desafiador.

            Enfim, uma visão do filme minha é de que o menino havia morrido e estava vendo um filme do processo angustiante que passou sua genitora na missão de equilibrar sua pessoa e o espírito.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

            Desse modo, verifica-se que o encontro para debater o primeiro filme do minicurso promovido pelo Cine Persona foi especialmente útil a fim de se compreender o dilema pelo qual passa a pessoa e o espírito no propósito de se comunicarem o bastante para satisfação controlada dos seus desejos.

            Para os ouvintes e debatedores a máscara social utilizada para representação da pessoa não encontra guarida no espírito. Trata-se de uma crise de dualidade entre desejo e autocontrole, entre o real e o que se oculta.

            O filme provoca o espectador a refletir o que o define. E quanto de espaço existe para que as máscaras sejam desusadas para viabilizar uma comunicação mais genuína e de qualidade com outras pessoas.

 

2º RELATÓRIO

RESUMO

Dentre as várias considerações apresentadas no debate sobre o segundo filme da turma 2021 do minicurso do Cine Persona achei interessante a que fez uma ligação com a 6ª tese do conceito da história de Walter Benjamin, de 1940. E, também, das considerações da monitora Cecília Gomes de Sá acerca da produção de inimigos como instrumento de expurgo dos indesejados. Neste relatório propõe-se registrar as minhas impressões sobre o filme “O ato de matar”, de Joshua Lincoln Oppenheimer, e sobre o debate realizado em 04/06/2021, iniciado às 14h30, por mais de 3h de duração, mediado pelo Professor Alexandre Da Maia, contribuindo assim para o aprofundamento do conhecimento geral sobre a obra cinematográfica do autor americano. Para tanto estive telepresencialmente no momento do debate, mediante registro na plataforma Meet oferecida pela Google, sem custo algum de inscrição. As conclusões alcançadas pelos participantes e registradas neste relatório podem auxiliar na percepção de que não são monstros e sim humanos comuns os responsáveis e perfeitamente capazes de cometerem assassinatos em massa.

 Palavras-chave: Assassinatos em massa. Produção do inimigo. Expurgo dos indesejados.

1 INTRODUÇÃO

            O objeto deste relatório será a descrição objetiva das minhas impressões sobre o filme O ato de matar e das considerações que mais me impactaram pelos participantes do debate realizado em 04/06/2021, às 14h30, com mais de 3h de duração, mediado pelo Professor Alexandre Da Maia, contribuindo assim para o aprofundamento do conhecimento geral sobre a obra cinematográfica do autor americano.

            O evento foi realizado no formato virtual, via Meet aos inscritos na plataforma fornecida pelo Google, e contou com a participação de interessados de diversas formações, com aproximadamente 40 ouvintes.

            Aos ouvintes inscritos foi conferida a palavra de forma alternada para registro das suas impressões sobre o filme Persona, não tendo sido feita nenhuma declaração minha na sessão por conta da dinâmica do debate.

            A justificativa e ideia central deste relatório é a participação e repercussão das informações destacadas no encontro promovido pelo minicurso do Cine Persona capaz de impactar positivamente no quesito do engajamento dos pesquisadores da turma 2021, além de viabilizar a certificação ao final do programa ofertado.

2 DEBATE E IMPRESSÕES

            Quanto ao debate foi impactante o elo traçado pelo ouvinte Mateus Alves acerca da narrativa do filme O ato de matar com a obra de Walter Benjamin, “Teses sobre o conceito da história, 1940”.

            Outro destaque que me marcou foi a intervenção da monitora Cecília Gomes de Sá acerca da produção de inimigos como instrumento de expurgo dos indesejados.

            A variedade de cenas de tortura, as lições sobre como otimizar o extermínio de pessoas e os relatos de como tentam esses agentes sobreviver com a culpa dos seus violentos atos torna desafiador decidir se é preciso ser um monstro para cometer tão bárbaros crimes contra à humanidade.

            A minha impressão foi a de que não são monstros e sim humanos comuns os responsáveis e perfeitamente capazes de cometerem assassinatos em massa, sendo tão valiosa a exposição das suas angústias quanto o sofrimento das suas vítimas no processo de construção da subjetividade daquela sociedade.

            Enfim, uma visão do filme minha foi a de que o fortalecimento de mecanismos de garantias e de instituições de combate às violações dos direitos humanos são importantes para equalizar o potencial do ser humano de fazer o mal ao seu similar, elegível à figura de inimigo e objeto de uma política social de expurgo dos indesejados.

 

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

            Desse modo, verifica-se que o encontro para debater o segundo filme do minicurso promovido pelo Cine Persona foi especialmente útil a fim de se compreender o dilema pelo qual passa a pessoa e a sociedade no propósito de se reconciliarem o bastante para manutenção da saúde mental e física tanto dos agentes opressores quanto dos oprimidos.

            Para os ouvintes e debatedores a tortura é uma forma de instrumentalizar o poder, mas tem um custo social significativo. Trata-se de uma crise de dualidade entre violência e resiliência, entre a moral e os limites da sua flexibilidade para manter a sanidade daquele que comete atrocidades sob o lema do “relax e rolex”.

            O filme provoca o espectador a refletir se o que aconteceu naquela sociedade se replica de forma onde vive e em qual grau de civilidade. E quanto de espaço existe para que as polarizações sejam reduzidas para viabilizar mais respeito aos direitos humanos.

 

3º RELATÓRIO

 

RESUMO

Dentre as várias considerações apresentadas no debate sobre o terceiro filme da turma 2021 do minicurso do Cine Persona achei interessante a que fez uma ligação com a qualificação de militar para o grupamento de indivíduos que não é treinado para combater e matar estrangeiros fora do território nacional. E, também, das considerações da monitora Cecília Gomes de Sá acerca da criação das crianças na base do castigo e que a desmilitarização da polícia não é a solução. Neste relatório propõe-se registrar as minhas impressões sobre o filme “Cortina de fumaça”, de Rodrigo Mac Niven, e sobre o debate realizado em 11/06/2021, iniciado às 14h30, por mais de 3h de duração, mediado pelo Professor Alexandre Da Maia, contribuindo assim para o aprofundamento do conhecimento geral sobre a obra cinematográfica do autor brasileiro. Para tanto estive telepresencialmente no momento do debate, mediante registro na plataforma Meet oferecida pela Google, sem custo algum de inscrição. As conclusões alcançadas pelos participantes e registradas neste relatório podem auxiliar na percepção de que as soluções psicoativas classificadas como ilegais são instrumentos de criminalização da pobreza.

 Palavras-chave: Soluções psicoativos. Combate às drogas. Criminalização da pobreza.

1 INTRODUÇÃO

            O objeto deste relatório será a descrição objetiva das minhas impressões sobre o filme Cortina de fumaça e das considerações que mais me impactaram pelos participantes do debate realizado em 11/06/2021, às 14h30, com mais de 3h de duração, mediado pelo Professor Alexandre Da Maia, contribuindo assim para o aprofundamento do conhecimento geral sobre a obra cinematográfica do autor brasileiro.

            O evento foi realizado no formato virtual, via Meet aos inscritos na plataforma fornecida pelo Google, e contou com a participação de interessados de diversas formações, com aproximadamente 27 ouvintes.

            Aos ouvintes inscritos foi conferida a palavra de forma alternada para registro das suas impressões sobre o filme, não tendo sido feita nenhuma declaração minha na sessão por conta da dinâmica do debate.

            A justificativa e ideia central deste relatório é a participação e repercussão das informações destacadas no encontro promovido pelo minicurso do Cine Persona capaz de impactar positivamente no quesito do engajamento dos pesquisadores da turma 2021, além de viabilizar a certificação ao final do programa ofertado.

2 DEBATE E IMPRESSÕES

            Quanto ao debate foi impactante o elo traçado pelo ouvinte Bernardo Valois acerca da narrativa do filme e a qualificação de militar para o grupamento de indivíduos que não é treinado para combater e matar estrangeiros fora do território nacional. E que sua criação estaria ligada à vontade política de manter o status quo da elite dominante. Considerando o adjetivo militar desse grupo de agentes públicos um indicativo de que são focados na opressão e no combate do fabricado inimigo interno.

            Outro destaque que me marcou foi a intervenção da monitora Cecília Gomes de Sá acerca da criação das crianças na base de castigos e de que não é uma solução viável a opção de desmilitarizar a polícia.

            A variedade de depoimentos de pessoas especializadas no tema das substâncias psicoativas, os fracassos sociais e econômicos gerados pela política de combate às drogas classificadas como ilegais e a experiência nefasta da proibição das bebidas alcóolicas no século passado torna desafiador decidir se é preciso descriminalizar a produção, distribuição, importação, exportação, comércio, prescrição com fins medicinais e o consumo nacional ao menos da maconha.

            A minha impressão foi a de que a descriminalização da maconha é uma tendência mundial que não será capaz de impactar uma reforma na política nacional brasileira nos próximos 10 anos.

            Enfim, uma visão do filme minha foi a de que o fortalecimento de mecanismos de repressão às drogas é um instrumento de violação aos direitos humanos daquele cidadão elegível à figura de inimigo e objeto de uma política pública que visa naturalizar a violência e manter no poder aqueles, historicamente, privilegiados e os seus escolhidos.

 

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

            Desse modo, verifica-se que o encontro para debater o esse filme do minicurso promovido pelo Cine Persona foi especialmente útil a fim de se compreender o dilema pelo qual passa cada sociedade e seus cidadãos no processo evolutivo de construção dos seus inimigos internos e quais os instrumentos são aceitáveis para combatê-los.

            Para os ouvintes e debatedores a proibição das drogas é uma forma de instrumentalizar a criminalização da pobreza, sob um custo social significativo. Trata-se de uma crise de dualidade entre liberdade e poder de polícia estatal, entre os riscos que o indivíduo pode assumir pelos seus atos e os limites impostos pela política pública sob tais riscos para manter as regalias daqueles que gozam da situação atual das coisas numa sociedade, pretensamente, democrática.

            O filme provoca o espectador a refletir se a descriminalização das drogas transformaria a violência imposta pelo Estado ao cidadão escolhido pela elite para ser marginalizado. E quanto de espaço existe para que as casas legislativas nacionais sejam influenciadas para produzirem adequações no ordenamento jurídico capazes de promover mais respeito aos direitos humanos.

 

4º RELATÓRIO

 

RESUMO

Dentre as várias considerações apresentadas no debate sobre o quarto filme da turma 2021 do minicurso do Cine Persona achei interessante a que destacou a estrutura de controle em vários aspectos desejados pelo poder e a negação como mecanismo de proteção. E, também, das considerações da monitora Cecília Gomes de Sá acerca de quem seria capaz de dominar o corpo da mulher. Neste relatório propõe-se registrar as minhas impressões sobre o filme “4 meses, 3 semanas e 2 dias”, de Cristian Mungiu, e sobre o debate realizado em 18/06/2021, iniciado às 14h30, por mais de 3h de duração, mediado pelo Professor Alexandre Da Maia, contribuindo assim para o aprofundamento do conhecimento geral sobre a obra cinematográfica do autor romeno. Para tanto estive telepresencialmente no momento do debate, mediante registro na plataforma Meet oferecida pela Google, sem custo algum de inscrição. As conclusões alcançadas pelos participantes e registradas neste relatório podem auxiliar na percepção de que a alienação e negação feminina são consequências de uma política de natalidade estatal dissociada do respeito aos direitos humanos da mulher.

 Palavras-chave: Aborto. Violência contra a mulher. Estupro.

1 INTRODUÇÃO

            O objeto deste relatório será a descrição objetiva das minhas impressões sobre o filme 4 meses, 3 semanas e 2 dias e das considerações que mais me impactaram pelos participantes do debate realizado em 18/06/2021, às 14h30, com mais de 3h de duração, mediado pelo Professor Alexandre Da Maia, contribuindo assim para o aprofundamento do conhecimento geral sobre a obra cinematográfica do autor romeno.

            O evento foi realizado no formato virtual, via Meet aos inscritos na plataforma fornecida pelo Google, e contou com a participação de interessados de diversas formações, com aproximadamente 34 ouvintes.

            Aos ouvintes inscritos foi conferida a palavra de forma alternada para registro das suas impressões sobre o filme, não tendo sido feita nenhuma declaração minha na sessão por conta da dinâmica do debate.

            A justificativa e ideia central deste relatório é a participação e repercussão das informações destacadas no encontro promovido pelo minicurso do Cine Persona capaz de impactar positivamente no quesito do engajamento dos pesquisadores da turma 2021, além de viabilizar a certificação ao final do programa ofertado.

2 DEBATE E IMPRESSÕES

            Quanto ao debate foi impactante a afirmação proferida pelo ouvinte Gabriel acerca da estrutura de controle em vários aspectos desejados pelo poder. E o que disse a ouvinte Heloísa de que seria a negação um mecanismo de proteção à violência aos direitos humanos das mulheres.

            Outro destaque que me marcou foi a intervenção da monitora Cecília Gomes de Sá no que toca a indagação de quem seria o poder de dominar o corpo feminino.

            A violência sofrida pelas jovens nos seus direitos humanos naquela sociedade, em 1987, torna fácil perceber que a opressão dos cidadãos por odiosas políticas estatais é capaz de alienar e despersonalizar as mulheres no viciado propósito de incrementar a natalidade de uma geração adestrada e submissa aos desejos dos privilegiados.

            A minha impressão foi a de que não há limite de violação aos direitos humanos quando uma política estatal é pensada para atingir objetivos de uma elite militar extremista.

            Enfim, uma visão do filme minha foi a de que o feminismo é um movimento que deve ser fortalecido para que as próximas gerações de mulheres não sofram com esses assédios, discriminações e violências.

 

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

            Desse modo, verifica-se que o encontro para debater esse filme do minicurso promovido pelo Cine Persona foi especialmente útil a fim de se compreender que a sociedade precisa promover uma educação sistemática e ampla de igualdade de gênero como forma de prevenção e resistência às tendências sexista de preconceituosos privilegiados.

            Para os ouvintes e debatedores a violação dos direitos humanos da mulher em busca de incremento da natalidade para alimentar as fileiras alienadas de um estado militar extremista é abominável.

            O filme provoca o espectador a refletir se a objetificação sexual pode ser combatida quando é encampada pela organização estatal especializada em matar e vencer quem quer que seja o inimigo eleito pelo comando militar extremista. E quanto de espaço existe para que a sociedade civil influencie as atuais e futuras gerações por mais respeito aos direitos humanos.

 

5º RELATÓRIO

RESUMO

Dentre as várias considerações apresentadas no debate sobre o quinto filme da turma 2021 do minicurso do Cine Persona achei interessante a que destacou as origens escravistas brasileiras que ainda impactam as relações domésticas em geral de emprego. E, também, das considerações de Synara Veras de Araújo acerca do preconceito que os trabalhadores dos serviços domésticos em geral sofrem com base no argumento da capacidade limitada para o exercício de outras ocupações. Neste relatório propõe-se registrar as minhas impressões sobre o filme “Doméstica”, de Gabriel Mascaro, e sobre o debate realizado em 02/07/2021, iniciado às 14h30, por mais de 3h de duração, mediado pelo Professor Alexandre Da Maia, contribuindo assim para o aprofundamento do conhecimento geral sobre a obra cinematográfica do autor pernambucano. Para tanto estive telepresencialmente no momento do debate, mediante registro na plataforma Meet oferecida pela Google, sem custo algum de inscrição. As conclusões alcançadas pelos participantes e registradas neste relatório podem auxiliar na percepção de que é muito delicada a linha que divide o respeito do abuso nas relações de emprego onde o trabalhador realiza na residência do empregador as atividades de preparar refeições, prestar assistências às pessoas, cuidar de peças de vestuário, colaborar na administração da casa, fazer arrumações ou faxinas e cuidar de plantas e animais domésticos.

 Palavras-chave: Capacitismo. Trabalhadores dos serviços domésticos em geral. Abuso.

1 INTRODUÇÃO

            O objeto deste relatório será a descrição objetiva das minhas impressões sobre o filme Doméstica e das considerações que mais me impactaram pelos participantes do debate realizado em 02/07/2021, às 14h30, com mais de 3h de duração, mediado pelo Professor Alexandre Da Maia, contribuindo assim para o aprofundamento do conhecimento geral sobre a obra cinematográfica do autor pernambucano.

            O evento foi realizado no formato virtual, via Meet aos inscritos na plataforma fornecida pelo Google, e contou com a participação de interessados de diversas formações, com aproximadamente 24 ouvintes.

            Aos ouvintes inscritos foi conferida a palavra de forma alternada para registro das suas impressões sobre o filme, não tendo sido feita nenhuma declaração minha na sessão por conta da dinâmica do debate.

            A justificativa e ideia central deste relatório é a participação e repercussão das informações destacadas no encontro promovido pelo minicurso do Cine Persona capaz de impactar positivamente no quesito do engajamento dos pesquisadores da turma 2021, além de viabilizar a certificação ao final do programa ofertado.

2 DEBATE E IMPRESSÕES

            Quanto ao debate foi impactante a afirmação proferida pelo ouvinte Gabriel Barbosa Vilela acerca da genealogia escravista destacada na relação de emprego daqueles que desempenham suas atividades de forma contínua na casa do empregador, em benefício dele ou de sua família, mesmo diante da evolução da legislação trabalhista, ressaltando a Emenda Constitucional nº 72, de 2013, regulamentada em 2015.

            Outro destaque que me marcou foi a intervenção de Matheus no que toca ao ainda abusivo e lento processo de conhecimento entre grupos diferentes, replicado não só no âmbito das relações domésticas de emprego, com preconceito de gênero ao relegar à mulher o perfil ideal para desempenho dessas ocupações.

            A violência sofrida pelas domésticas nos seus direitos humanos na sociedade brasileira após ter sido regulamentada a “PEC das domésticas” passou a ser apreciada na Justiça do Trabalho com repercussões financeiras significativas daqueles empregadores e famílias ainda apegados ao traço genético escravista nacional.

            A minha impressão foi a de que o limite é tênue entre o respeito e o abuso nas relações domésticas de emprego, e que se trata de evolução social fomentada pela educação (preventiva) e pela Justiça (reparatória).

            Enfim, uma visão do filme minha foi a de que as relações domésticas de emprego exigem tratamento cuidadoso na educação dos empregadores e suas famílias. E para aqueles que ainda são incapazes de abandonar as influências escravistas, preconceituosas e assediadoras a força reparatória judicial seja aplicada na medida dos seus perpetrados abusos.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

            Desse modo, verifica-se que o encontro para debater esse filme do minicurso promovido pelo Cine Persona foi especialmente útil a fim de se compreender que a sociedade precisa promover uma educação sistemática e ampla sobre a ideia de capacitismo como forma de prevenção e resistência às tendências escravistas de preconceituosos privilegiados.

            Para os ouvintes e debatedores a violação dos direitos humanos da mulher que desempenha suas atividades laborais na casa do seu empregador ou de sua família é abominável.

            O filme provoca o espectador a refletir se há subnotificação de casos de abuso praticado contra os trabalhadores domésticos em geral e se a educação das pessoas que exercem essa ocupação seria medida impactante o suficiente para provocar a Justiça do Trabalho a conceder as reparações devidas.